JAZZ
É 30 (trinta) de Abril e constantes solstícios, associados ao alter ego dessas insolações, chuvas intensas, são mazelas climáticas cada vez mais reais e com o traço comum de desconhecer populações e suas cidades. Esses fenômenos, que já sequestraram nosso cotidiano, são ainda incapazes de tocar a fina sensibilidade humana e nos empurrar para a busca de um equilíbrio existencial sob nossa própria influência: Tempos do Antropoceno. Do outro lado dessa realidade, O Jazz, super otimista por natureza, decreta equinócio musical para celebrar sua data internacional. Ele ocupará vários palcos para falar sobre música e reunir povos de todos os cantões do mundo, construindo um diálogo inter-cultural sobre sua persona, trajetória e existência. Sem a pretensão de esconder suas múltiplas influências, ele reforçará a afirmativa de que é, acima de qualquer definição, raça, não uma, mas várias, e que sua consolidação é resultado de um movimento de resistência cultural. O envolvimento da UNESCO e do Herbie Hancock Institute of Jazz (Instituto Herbie Hancock de Jazz) vão além da disseminação do conhecimento e do estudo do gênero musical. Irmanados, eles se desdobram em iniciativas para promover o entendimento mútuo, a valorização do diálogo e a cooperação, como elixires para o fortalecimento do sentimento de humanidade que nos congrega como espécie. O Jazz, nascido como manifestação popular, cultivado para se tornar expressão cultural e alargado ao alcance do mundo por gerações, dá testemunho não somente de sua evolução, mas do ganho distinto que o investimento humano trouxe à sua preservação. Vários artistas se reuniram no palco do Palácio das Artes e da Cultura, na cidade de Tanger no Marrocos, para encerrar o Jazz Appreciation Month (Mês de Valorização do Jazz) em um show que sincretiza a estória do gênero.
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O N T E M
Vamos rebobinar o tempo e desembarcar com o jazz em sua terra natal e de lá, construir um ponto de observação que revele seu presente sob a lente de sua história. Congo's Square (Praça do Congo) em New Orleans - Louisiana é considerado o local de nascimento do Jazz. Nesse espaço único, escravizados eram autorizados a se congregarem nas tardes de domingo. O Code Noir (Código Negro) regulou as atividades de escravizados e alforriados nas colonias francesas e abriu possibilidade para a miscigenação, bem mais restrita na América Anglo-Saxônica. Franceses, depois os Espanhóis, Africanos e Indígenas fornecerão as primeiras peças desse quebra-cabeça cultural, que se solidificará sob a amálgama do ritmo do tambor africano, para criar uma das marcas mais originais da cultura americana.
CONGO SQUARE
QUEM ?
Com todas as peças coabitando esse espaço que descrevemos até aqui, precisamos de alguém que monte este quebra-cabeça e transforme-o em música. Você já ouviu falar de BUDDY BOLDEN ?D.
O PRIMEIRO REI
O INVENTOR
PÉS FELIZES
Como manifestação popular, o jazz nasce nesse lugar quase único e no fervor do colonialismo ocidental, que por circunstâncias próprias, juntava diversas culturas mas quase não abria espaço para uma convivência orgânica. Ele terá várias ramificações para se tornar a expressão musical da mais autêntica marca cultural de uma sociedade. De seus períodos de imensa popularidade como o swing, ele emerge como o rei dos ballrooms (casas de dança). Desenvolvendo-se como gênero musical e com a incorporação da improvisação como um de seus elementos básicos, ele se canoniza e ganha a sofisticação necessária para ocupar os bancos escolares, perpetuando-se como um formato artístico.
SAVOY BALLROOM
O SIGNIFICADO DO SWING
A CANONIZAÇÃO
A GENIALIDADE
O LEGADO
O NASCIMENTO DO ‘‘COOL’’
KIND OF BLUE
ANIVERSÁRIO - 50 ANOS
O QUINTETO
THE QUINTET LIVE
PASSOS GIGANTES
O ESPÍRITO SANTO
H O J E
Chegamos naquele ponto pretendido e acredito que acumulamos algum conhecimento histórico e podemos definir em qual direção alinhar nossos ouvidos para encontrar o jazz aqui e hoje. Sempre haverá personalização nessas escolhas, mas quero que ela recaia no agora, exorte modernidade, seja popular e use o poder de suas tradicões, para corajosamente, lançar-se sobre o futuro.
DOMINIQUE FILS-AIMÉ
Abre a sequência de nossas escolhas para esse episódio, a canadense DOMINIQUE FILS-AIMÉ e seu disco de 2018, Nameless. O sentimento humano e a perfeição são essências em seu trabalho, que como um bálsamo, vai vagarosamente penetrando nossos sentidos e curando os mais diferentes males. Navegando pelas canções desse primeiro álbum da trilogia lançada pela artista, encontramos a cantora praticando um rito de preparação ou purificação para estar apta a aplicar sua terapia musical. O mesmo cuidado foi dado a gravação do trabalho e se você ainda conhece o impacto de uma excelente gravação na maneira como podemos experimentar música, aqui voce tem toda a chance de avaliar a diferença, a qual a cantora descreve como uma espécie de sinestesia.
NAMELESS
HOME
MAKING TRILOGY
RH FACTOR
Fidedigno a estrutura e ao estilo do jazz tradicional, ROY HARGROVE, sempre elevou o impacto dessas experiências musicais com sua técnica apuradíssima. Considerado um dos grandes talentos de sua geração, ele é parte de um seleto grupo de jovens artistas que revigoraram a cena jazzística durante os anos 90. Mesmo pontuando sua carreira com álbums tradicionais, paralelamente ele sempre flertou com gêneros mais populares e sua encarnação como THE RH FACTOR permitiu que ele se movimentasse com mais liberdade nessas aventuras. O álbum Distractions é a sublimação do jazz sob a influência do funk e hip hop.
ON THE ONE
KLACTOVEESEDSTENE
STRASSBOURG / St. DENIS
DOC’N ROLL
ENTREVISTA
GREGORY PORTER
As primorosas interpretações de GREGORY PORTER têm, na pureza de sua dicção para um barítono, sua assinatura mais expressiva. Tudo em seu canto é naturalmente articulado, chegando límpido aos nossos ouvidos, mesmos nos registros mais baixos. Seu primeiro álbum, Liquid Spirit, pelo afamado sêlo Blue Notes, ganhou o Grammy de melhor álbum na categoria Jazz Vocal em 2014 e alcançou um sucesso popular incomum para um título jazzístico.
LIQUID SPIRIT
IT’S PROBABLY ME
WATER UNDER BRIDGES
TINY DESK CONCERT
KOOP
Sempre inovando e fusionando assinaturas musicais, o jazz do grupo sueco KOOP, projeta paz e serenidade em uma costura hipnótica de sons que dão suporte a composições populares. Waltz for Koop é um trabalho inovativo e exuberante que elegantemente leva o jazz a flertar com a eletrônica e os samplers .
SUMMER SUN
KOOP ISLAND BLUES
WALTZ FOR KOOP
TOM MISCH ● YUSSEF DAYES
A cena jazzística londrina tem crescido exponencialmente nos últimos anos. Jovens artistas e misturas de gêneros fazem essa boa e nova norma. TOM MISCH e YUSSEF DAYES ampliam essa tendência com uma colaboração inusitada: What Kinda Music. Peço que não fixem sua atenção ao título, (Que Tipo de Música?) , já que sugere indefinição. Ambos adentram ao estúdio de gravação sem uma receita específica e por isso se valem do talento, da diferença em suas concepções musicais e do impulso colaborativo para construir o desenvolvimento do álbum. O resultado é sucesso carregado de expontâneidade em um disco híbrido que flerta com o jazz e espanta a incerteza do título com muita novidade sonora.
WHAT KINDA MUSIC
NIGHTRIDER
KYIV
RUST
LIFT OFF
DOCUMENTÁRIO
EXPLICANDO
NA SALA DE AULA
A pesquisa para criar nossos episódios sempre revela iniciativas na internet que conquistam nossa atenção. Esses espaços digitais ampliam a dimensão e o conhecimento sobre o tema da postagem com conteúdo de qualidade, relevância de abordagem e por vezes, por sua formatação. Referenciando alguns desses achados do mundo digital , deixo meu convite para sua visita.
Os textos em ‘‘negrito’’ são os atalhos para os endereços na internet
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Em 2009, a soprano americana JESSYE NORMAN foi curadora de um dos primeiros festivais do Carnegie Hall, o HONOR, uma celebração do legado cultural afro-americano. Como pedra angular do festival, Miss Norman queria iniciativas educacionais para expandir a jornada de descoberta do público, incluindo a primeira versão interativa da Linha do Tempo da Música Afro-Americana.
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JAZZ HOT é a mais antiga publicação sobre jazz no mundo. Ela pautou a crítica literária sobre o gênero e ajudou a difundir o jazz pela Europa e pelo mundo. Sua primeira edição foi publicada em Março de 1935 na contra-capa do programa do concerto de Coleman Hawkins na Salle Pleyel em Paris.
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MusicWorks é uma publicação vanguardista canadense sobre música experimental. Em um país de grande diversidade étnica como o Canadá, ela reúne inovação artística e o diversificado universo musicai que compõem o país.
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Sem querer criar qualquer tipo de debate, vamos discutir a planicidade do disco. Voce sabia que o disco de vinil nasceu cilíndrico! Vários pesquisadores contribuíram para o desenvolvimento das gravações audiofônicas, mas Thomas Alva Edison se torna figura proeminente com a invenção do fonógrafo, que triunfará sobre o público, como a mídia preferida até 1929. A Universidade da Califórnia - Santa Bárbara mantém um arquivo on-line de mais de 10.000 cilindros, o UCSB Cylinder Audio Archive.
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As coleções da AAAMC destacam a música popular, religiosa, clássica e gêneros que vão do Blues ao Gospel, ao R&B e Hip Hop contemporâneo, como também, mantém extenso material relacionado as rádios da comunidade negra (Black Radio).
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